Cristalina recebe a Ecodata para qualificação
Assentamento do município foi o primeiro local a participar do projeto
Na semana passada, a Ecodata deu
início aos cursos do projeto “Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado”. O
projeto, que consiste no módulo V de qualificação em agroextratismo
sustentável, tem como objetivo capacitar em noções básicas de elaboração de
projetos no âmbito de agroextrativismo, proporcionando aos alunos metodologia alinhada
a prática.
No município de Cristalina –
primeiro a ser contemplado com o curso – o local escolhido foi o assentamento
Presidente Lula, situado na BR 040, km 139, a 54 km da cidade sede do
município. O assentamento, que existe há oito anos, possui 99 famílias
assentadas onde antes era uma fazenda de soja, a Fazenda Meireles. Ele ocupa
uma área aproximada de 2.100 hectares e é cercado por uma área de 410 hectares
de reserva legal e APP (Área de Preservação Permanente), margeado pelo Rio São
Marcos e cortado pelo córrego Espora.
A abertura do curso aconteceu no
dia 17 de março, e contou com a presença do secretário de produção rural familiar,
Antônio Clarete Martins, o secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos
Hídricos, Wanderlei Sebastião Meireles e a engenheira agrônoma da prefeitura de
Cristalina, Camila Porte. Estavam presentes também a presidente da Associação
de Moradodes do Assentamento Presidente Lula, Zenilde de Oliveira e a equipe da
Ecodata: os consultores e capacitadores, Odécio Rossafa e Fábio Marques, o
gerente de projetos Carlos Bomtempo e o agente de desenvolvimento Rogério
Pacheco. O curso foi entre os dias 17 a 21 de março. No fechamento, o
presidente da Ecodata, Donizete Tokarski, juntou-se ao grupo.
O projeto criado para o
assentamento contempla estruturar uma cooperativa de produção, que organizará e
administrará o que for produzido; a construção de um viveiro para produzir 50
mil mudas por ano de frutíferas do cerrado e plantas medicinais, juntamente com
um processo de educação ambiental e assistência técnica; e instalação da
Cozinha Mista, que consiste em adaptar o galpão já existente para a produção de
150 kg de polpa de frutas, 30 kg de geléias e compotas por dia, além do
processo de panificação, que produzirá 100 kg por dia. A meta é que a partir do
segundo ano, atinja-se 300 kg de polpa, 50 kg de geléia e 150 kg de panificação
por dia.
As famílias do assentamento, ao
contrário da região de Cristalina - que tem um IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano) alto – têm baixa renda e poucas oportunidades de trabalho. Logo, grande
maioria desloca-se para a cidade, em busca de oportunidades de trabalho. E por
o deslocamento para a cidade ser difícil, as famílias passam a semana toda
separadas. Tendo em vista isso, o projeto irá não só capacitar e encontrar
alternativas econômicas com viés ambiental, mas também melhorar a condição
social dessas famílias.
A recuperação das áreas
degradadas - através do reflorestamento das reservas legais e APP – ampliará a
oferta de produtos do agroextrativismo, além da geração de mudas para o plantio
de frutíferas do cerrado, o que agregará valores nos produtos e melhorando os
rendimentos das atividades existentes, já que atualmente o cultivo existente é
destinado apenas para consumo próprio. A utilização de frutas e plantas do
cerrado na alimentação e medicina local também resgatará o valor cultural da
culinária elaborada com esses produtos. E a aplicação do projeto
consequentemente traz a possibilidade de que os alunos da escola do
assentamento presenciem, aprendam e pratiquem noções de educação ambiental.
O projeto também beneficiará indiretamente
1073 famílias assentadas em 10 assentamentos existentes no município, além dos
pequenos produtores da região e posteriormente, a rede de 15 municípios poderão
ser contemplados na Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado – Sudeco/Ecodata
2015 .
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