Ecodata encerra mais dois cursos do projeto "Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado"
Na semana passada, entre os dias 23 e 27 de março, a
Ecodata promoveu os cursos nos municípios de Posse e Simolândia. Em Posse, os
moradores das associações do P.A Nova Grécia e Zumbi dos Palmares,
respectivamente, tiveram a oportunidade de participar da capacitação. O
encerramento dos cursos aconteceu na sexta-feira, e os participantes de ambos
locais deram declarações sobre o quanto a semana de imensão havia sido positiva
e como melhoraria o futuro de todos.
O P.A Nova Grécia situa-se a 12 km de Posse, na
rodovia GO 446 (antiga Fazenda Grécia) existe
há dez anos e possui população de 64
família assentadas onde antes era uma fazenda de pastagens e lavoura, que ocupa uma área aproximada de 2553 hectares e é cercado por uma área de 830
hectares de área de reserva legal e APP (área de preservação permanente),
margeada pelo Rio Prata e cortada pelo
córrego Extrema.
O projeto feito por eles, em conjunto com o agente da
Ecodata consiste em uma agroindústria de panificação, geleias e polpas do
cerrado, e também organizar, administrar a produção extrativista, o
beneficiamento de produtos e a comercialização de produtos provenientes do
extrativismo.
No encerramento, que contou com o secretário de
Agricultura de Posse, Evandro de Oliveira Neves, o instrutor da Ecodata Odécio
Rossafa propôs que cada um dos participantes pudesse fazer um comentário sobre
o que aprendeu e como isso se aplicaria na prática. Os alunos mostraram
imensa satisfação em obter mais conhecimentos, já que muitos ali sequer tinham conhecimento
de muitas das plantas do Cerrado e tratavam como praga o Pequi e a Cagaita,
arrancando as mudas que nasciam, e consequentemente, desperdiçando um potencial
de produção enorme de produção e venda.
Ainda assim, a cooperativa em que o P.A Nova Grécia
está incluso, já tinha um trabalho de fornecimento de 300 Kg de doces e polpas
de fruta e cerca de 2 mil roscas e pães produzidos para as prefeituras da
região destinarem para a merenda escolar. Só que, apesar de eles terem certa
experiência e mercado, não estavam estruturados e direcionados da melhor
maneira. As mulheres que produzem as roscas, por exemplo, fazem isso à mão, na
força braçal. O que gasta mais tempo, logo, menos produção. Com o projeto,
estima-se que a produção aumente exponencialmente, pois o galpão já existente
seria adaptado para a agroindústria, e a produção aumentaria para até 100
kg/dia de polpas, 100 kg/dia de geleias e até 200 kg/dia de pães e biscoitos. A
partir do segundo ano, espera-se que seja 300 kg/dia de polpas, 200 kg/dia de geleias
e 400 kg/dia de panificação.
Logo após a entrega dos certificados, Ademir, morador
do assentamento e presidente da Cooperparanã, deu um depoimento emocionante
sobre como este módulo veio em boa hora e foi fundamental para o conhecimento
mais amplo de todas as possibilidades de trabalho com os artigos do Cerrado:
|
Presidente da CooperParanã recebendo o certificado
pelo coordenador da Ecodata, Carlos Bomtempo |
“Esse projeto foi construído por nós todos. Foi a troca de ideias entre o
professor e nós todos. Tudo isso traz conhecimentos para a gente adquirir uma
vida melhor. Temos que dar valor ao que temos, à união do assentamento. O
Cerrado tem tanta coisa para nos dar e que não sabemos aproveitar. Precisamos
criar consciência e dar valor ao que temos. E diante do que foi exposto no
projeto, a gente trabalha em conjunto para conseguir isso. Vocês têm em mim um
parceiro. Mora aqui, como vocês. E enquanto eu tiver à frente da cooperativa,
vocês podem contar comigo. Mas tem uma coisa: a cooperativa não é feita do
Ademir. A associação não é feita do Domingos. Eu e ele somos parceiros, mas
aqui precisamos de um trabalho de todos. Vocês tendo o produto, podem contar
com a gente para buscar onde é que seja o mercado para vender o que vocês
produzirem.”
O fechamento do curso se deu em um lanche feito todo
com artigos do Cerrado: suco de Cagaita, de Acerola, rosca feita de farinha de
Jatobá, dentre outros.
|
Moradoras do P.A Nova Grécia, preparando o almoço de confraternização |
|
O agente da Ecodata, Odécio Rossafa e o presidente da Associação dos
moradores do P.A Nova Grécia, Domingos Ferreira, entregam os certificados
para os moradores |
|
Lanche preparado para a confraternização. Sucos, bolos e roscas todos feitos com
frutas e plantas do Cerrado |
|
Rosca preparada com farinha de Jatobá |
|
Alunos do curso no P.A Zumbi dos Palmares junto com o agente da Ecodata |
O P.A Zumbi dos Palmares localiza-se no município de
Simolândia. No curso, foi notaado que vários dos participantes da capacitação
ainda não tinham muito conhecimento das
melhores maneiras de aproveitar as frutas e plantas do Cerraado, desperdiçando
produção. E também não tinham um bom conhecimento sobre sustentabilidade. Contudo,
já nos primeiros encontros, o agente da Ecodata, Fábio Marques interagiu com
alguns dos moradores, que logo identificaram entre si (ou conhecidos da região)
pequenos agricultores e extrativistas, o que fez com que o curso se tornasse
ainda mais proveitoso, pois puderam visitar o viveiro de mudas do Cerrado em
Alvorada do Norte (cidade vizinha a Simolândia) e também conheceram o senhor
Hilário Lima dos Santos, que conseguiu cerca de 200 kg de Baru em extrativismo.
No fechamento do curso, os participantes da
capacitação, juntamente com a seretária de Meio Ambiente, apresentaram para
todos os presentes o projeto que fizeram ao longo da semana de imersão. Em seguida, ofereceram um lanche para todos, com produtos do Cerrado. E finalizaram com um forró.
|
Apresentação do projeto pelos alunos |
|
Frutos típicos do Cerrado |
|
Mudas de plantas do Cerrado, óleo de Pequi e castanha de Baru |
|
Coordenador geral do projeto da Ecodata, Carlos Bomtempo, secretária de Meio Ambiente, Ludmila e o instrutor Fábio Marques |
|
Baru |
|
Baruzeiro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário