quarta-feira, 1 de abril de 2015

Ecodata encerra mais dois cursos do projeto "Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado"





Na semana passada, entre os dias 23 e 27 de março, a Ecodata promoveu os cursos nos municípios de Posse e Simolândia. Em Posse, os moradores das associações do P.A Nova Grécia e Zumbi dos Palmares, respectivamente, tiveram a oportunidade de participar da capacitação. O encerramento dos cursos aconteceu na sexta-feira, e os participantes de ambos locais deram declarações sobre o quanto a semana de imensão havia sido positiva e como melhoraria o futuro de todos.

O P.A Nova Grécia situa-se a 12 km de Posse, na rodovia GO 446 (antiga Fazenda Grécia)  existe há dez  anos e possui população de 64 família assentadas onde antes era uma fazenda de pastagens e lavoura,  que ocupa uma área aproximada de 2553  hectares e é cercado por uma área de 830 hectares de área de reserva legal e APP (área de preservação permanente), margeada pelo Rio Prata  e cortada pelo córrego Extrema.

O projeto feito por eles, em conjunto com o agente da Ecodata consiste em uma agroindústria de panificação, geleias e polpas do cerrado, e também organizar, administrar a produção extrativista, o beneficiamento de produtos e a comercialização de produtos provenientes do extrativismo.


No encerramento, que contou com o secretário de Agricultura de Posse, Evandro de Oliveira Neves, o instrutor da Ecodata Odécio Rossafa propôs que cada um dos participantes pudesse fazer um comentário sobre o que aprendeu e como isso se aplicaria na prática. Os alunos mostraram imensa satisfação em obter mais conhecimentos, já que muitos ali sequer tinham conhecimento de muitas das plantas do Cerrado e tratavam como praga o Pequi e a Cagaita, arrancando as mudas que nasciam, e consequentemente, desperdiçando um potencial de produção enorme de produção e venda.

Ainda assim, a cooperativa em que o P.A Nova Grécia está incluso, já tinha um trabalho de fornecimento de 300 Kg de doces e polpas de fruta e cerca de 2 mil roscas e pães produzidos para as prefeituras da região destinarem para a merenda escolar. Só que, apesar de eles terem certa experiência e mercado, não estavam estruturados e direcionados da melhor maneira. As mulheres que produzem as roscas, por exemplo, fazem isso à mão, na força braçal. O que gasta mais tempo, logo, menos produção. Com o projeto, estima-se que a produção aumente exponencialmente, pois o galpão já existente seria adaptado para a agroindústria, e a produção aumentaria para até 100 kg/dia de polpas, 100 kg/dia de geleias e até 200 kg/dia de pães e biscoitos. A partir do segundo ano, espera-se que seja 300 kg/dia de polpas, 200 kg/dia de geleias e 400 kg/dia de panificação.

Logo após a entrega dos certificados, Ademir, morador do assentamento e presidente da Cooperparanã, deu um depoimento emocionante sobre como este módulo veio em boa hora e foi fundamental para o conhecimento mais amplo de todas as possibilidades de trabalho com os artigos do Cerrado:

Presidente da CooperParanã recebendo o certificado
pelo coordenador da Ecodata, Carlos Bomtempo
“Esse projeto foi construído por nós todos. Foi a troca de ideias entre o professor e nós todos. Tudo isso traz conhecimentos para a gente adquirir uma vida melhor. Temos que dar valor ao que temos, à união do assentamento. O Cerrado tem tanta coisa para nos dar e que não sabemos aproveitar. Precisamos criar consciência e dar valor ao que temos. E diante do que foi exposto no projeto, a gente trabalha em conjunto para conseguir isso. Vocês têm em mim um parceiro. Mora aqui, como vocês. E enquanto eu tiver à frente da cooperativa, vocês podem contar comigo. Mas tem uma coisa: a cooperativa não é feita do Ademir. A associação não é feita do Domingos. Eu e ele somos parceiros, mas aqui precisamos de um trabalho de todos. Vocês tendo o produto, podem contar com a gente para buscar onde é que seja o mercado para vender o que vocês produzirem.”



O fechamento do curso se deu em um lanche feito todo com artigos do Cerrado: suco de Cagaita, de Acerola, rosca feita de farinha de Jatobá, dentre outros.

Moradoras do P.A Nova Grécia, preparando o almoço de confraternização 

O agente da Ecodata, Odécio Rossafa e o presidente da Associação dos
moradores do P.A Nova Grécia, Domingos Ferreira, entregam os certificados
para os moradores



Lanche preparado para a confraternização. Sucos, bolos e roscas todos feitos com
frutas e plantas do Cerrado


Rosca preparada com farinha de Jatobá

Alunos do curso no P.A Zumbi dos Palmares junto com o agente
da Ecodata
O P.A Zumbi dos Palmares localiza-se no município de Simolândia. No curso, foi notaado que vários dos participantes da capacitação ainda não tinham muito conhecimento  das melhores maneiras de aproveitar as frutas e plantas do Cerraado, desperdiçando produção. E também não tinham um bom conhecimento sobre sustentabilidade. Contudo, já nos primeiros encontros, o agente da Ecodata, Fábio Marques interagiu com alguns dos moradores, que logo identificaram entre si (ou conhecidos da região) pequenos agricultores e extrativistas, o que fez com que o curso se tornasse ainda mais proveitoso, pois puderam visitar o viveiro de mudas do Cerrado em Alvorada do Norte (cidade vizinha a Simolândia) e também conheceram o senhor Hilário Lima dos Santos, que conseguiu cerca de 200 kg de Baru em extrativismo.

No fechamento do curso, os participantes da capacitação, juntamente com a seretária de Meio Ambiente, apresentaram para todos os presentes o projeto que fizeram ao longo da semana de imersão. Em seguida, ofereceram um lanche para todos, com produtos do Cerrado. E finalizaram com um forró.

Apresentação do projeto pelos alunos 

Frutos típicos do Cerrado

Mudas de plantas do Cerrado, óleo de Pequi e castanha de Baru



Coordenador geral do projeto da Ecodata, Carlos Bomtempo, secretária de Meio
Ambiente, Ludmila e o instrutor Fábio Marques
Baru

Baruzeiro

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Este espaço é um fórum de discussão para a construção participativa de uma Metodologia para Capacitação de Agroextrativistas do Cerrado. É um Projeto desenvolvido pela Ecodata, em convênio com o PNQ/FAT/Ministério do Trabalho e Emprego desde dezembro de 2006. Atualmente, o projeto mantém convênio com o Ministério da Integração/SUDECO.

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