segunda-feira, 23 de março de 2015

Cristalina recebe a Ecodata para qualificação
Assentamento do município foi o primeiro local a participar do projeto


Na semana passada, a Ecodata deu início aos cursos do projeto “Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado”. O projeto, que consiste no módulo V de qualificação em agroextratismo sustentável, tem como objetivo capacitar em noções básicas de elaboração de projetos no âmbito de agroextrativismo, proporcionando aos alunos metodologia alinhada a prática.

No município de Cristalina – primeiro a ser contemplado com o curso – o local escolhido foi o assentamento Presidente Lula, situado na BR 040, km 139, a 54 km da cidade sede do município. O assentamento, que existe há oito anos, possui 99 famílias assentadas onde antes era uma fazenda de soja, a Fazenda Meireles. Ele ocupa uma área aproximada de 2.100 hectares e é cercado por uma área de 410 hectares de reserva legal e APP (Área de Preservação Permanente), margeado pelo Rio São Marcos e cortado pelo córrego Espora.

A abertura do curso aconteceu no dia 17 de março, e contou com a presença do secretário de produção rural familiar, Antônio Clarete Martins, o secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos, Wanderlei Sebastião Meireles e a engenheira agrônoma da prefeitura de Cristalina, Camila Porte. Estavam presentes também a presidente da Associação de Moradodes do Assentamento Presidente Lula, Zenilde de Oliveira e a equipe da Ecodata: os consultores e capacitadores, Odécio Rossafa e Fábio Marques, o gerente de projetos Carlos Bomtempo e o agente de desenvolvimento Rogério Pacheco. O curso foi entre os dias 17 a 21 de março. No fechamento, o presidente da Ecodata, Donizete Tokarski, juntou-se ao grupo.

O projeto criado para o assentamento contempla estruturar uma cooperativa de produção, que organizará e administrará o que for produzido; a construção de um viveiro para produzir 50 mil mudas por ano de frutíferas do cerrado e plantas medicinais, juntamente com um processo de educação ambiental e assistência técnica; e instalação da Cozinha Mista, que consiste em adaptar o galpão já existente para a produção de 150 kg de polpa de frutas, 30 kg de geléias e compotas por dia, além do processo de panificação, que produzirá 100 kg por dia. A meta é que a partir do segundo ano, atinja-se 300 kg de polpa, 50 kg de geléia e 150 kg de panificação por dia.

As famílias do assentamento, ao contrário da região de Cristalina - que tem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alto – têm baixa renda e poucas oportunidades de trabalho. Logo, grande maioria desloca-se para a cidade, em busca de oportunidades de trabalho. E por o deslocamento para a cidade ser difícil, as famílias passam a semana toda separadas. Tendo em vista isso, o projeto irá não só capacitar e encontrar alternativas econômicas com viés ambiental, mas também melhorar a condição social dessas famílias.

A recuperação das áreas degradadas - através do reflorestamento das reservas legais e APP – ampliará a oferta de produtos do agroextrativismo, além da geração de mudas para o plantio de frutíferas do cerrado, o que agregará valores nos produtos e melhorando os rendimentos das atividades existentes, já que atualmente o cultivo existente é destinado apenas para consumo próprio. A utilização de frutas e plantas do cerrado na alimentação e medicina local também resgatará o valor cultural da culinária elaborada com esses produtos. E a aplicação do projeto consequentemente traz a possibilidade de que os alunos da escola do assentamento presenciem, aprendam e pratiquem noções de educação ambiental.


O projeto também beneficiará indiretamente 1073 famílias assentadas em 10 assentamentos existentes no município, além dos pequenos produtores da região e posteriormente, a rede de 15 municípios poderão ser contemplados na Rota da Sociobiodiversidade do Cerrado – Sudeco/Ecodata 2015 .

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Este espaço é um fórum de discussão para a construção participativa de uma Metodologia para Capacitação de Agroextrativistas do Cerrado. É um Projeto desenvolvido pela Ecodata, em convênio com o PNQ/FAT/Ministério do Trabalho e Emprego desde dezembro de 2006. Atualmente, o projeto mantém convênio com o Ministério da Integração/SUDECO.

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